PERÍODO JOANINO
b) LEIA o seguinte texto :
"Vale a pena lembrar que, do ponto de vista político, a vinda da corte teve um efeito ambíguo. Não se tratava de uma simples visita da rainha, ‘D. Maria, a louca’, e de D. João, príncipe regente, com seus demais familiares e lacaios. Longe disso, a transmigração régia implicou a transferência de inúmeros funcionários metropolitanos, boa parte deles pertencentes à nata da administração e da aristocracia portuguesas. Uma vez instalada, a nova corte deu origem a uma situação inusitada: o Império colonial português passa a ter duas sedes, uma em Lisboa e outra, no Rio de Janeiro. Enquanto a ameaça napoleônica pairou sob o mundo europeu, havia justificativa para tal situação. A partir de 1815, porém, ela deixou de existir. Essa data marca a derrubada de Napoleão e, ao mesmo tempo, o progressivo restabelecimento dos sistemas monárquicos europeus.
... A tensa relação entre essa elite (que veio para o Brasil) e a que permaneceu em Portugal culminou em 1820. Nesse ano tem início a Revolução do Porto. Tratava-se de um movimento liberal, voltado para a convocação de uma assembléia constituinte, mas que exigia o retorno imediato do rei à metrópole. Um ano após sua eclosão, D.João e uma parcela significativa de sua corte retornavam. No entanto, a dualidade de poder não havia sido extinta: como regente brasileiro ficou D. Pedro, e, com ele, segmentos importantes do antigo grupo que havia fugido de Portugal. O alvo da pressão metropolitana pelo retorno do rei volta-se agora para o regente : em 21 de setembro de 1821, um decreto determina seu retorno imediato. (...) D. Pedro resiste a essa pressão e, em 9 de janeiro de 1822, torna pública sua decisão de permanecer no Brasil. (...) As duas cortes, dessa forma, disputam o poder, até que em 7 de setembro de 1822, D. Pedro rompe definitivamente com a antiga pátria-mãe, sagrando-se imperador a 12 de outubro desse mesmo ano".
PRIORE, Mary Del,VENÂNCIO, Renato Pinto. O Livro de Ouro da História do Brasil.São Paulo: Ediouro, 2001 p.198-199.
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A) . Após a primeira leitura esclareça o vocabulário necessário e leiam uma segunda vez.
D) Respondam as seguintes perguntas relativas ao texto:
• Qual a situação gerada pela vinda da corte exposta no texto?
• O texto afirma que 1815 marca a derrota de Napoleão e o progressivo restabelecimento dos sistemas monárquicos europeus. Diante dessa nova situação, a corte poderia voltar e se estabelecer novamente em Portugal. O que aconteceu com a corte após 1815? • O que o confronto das duas cortes (a que veio para o Brasil e a que ficou em Portugal) gerou? • O que a foi a Revolução do Porto e o que ela representou? Qual foi o resultado desse embate entre as cortes?
F):Por que D. João não voltou com a corte para Portugal quando se viu livre do perigo napoleônico? O texto fala de uma relação tensa entre as elites. Podemos falar que houve um confronto de interesses.
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